domingo, 5 de agosto de 2012

Brave Indomável – Crítica

BRAVE uma forma leve e sem exageros, que retoma a boa forma de fazer filmes da Pixar.

Assistir aos filmes da Pixar não é apenas estar duas horas com atenção, nem é só uma projeção numa tela branca, mas uma experiência. E o que é melhor: para todas as idades. Com a missão de se redimir trazendo um filme à moda da casa; inteligente, atual e comovente. Brave Indomável (Brave, 2012) não só demonstra a retomada a criativa que a produtora precisava como marca o regresso dos filmes para todas as idades.


A tal experiência fantastica de assistir aos filmes Pixar está, por exemplo, nas curtas-metragens que antecedem os seus filmes. Aqui temos o curta La Luna, que concorreu ao Oscar na categoria melhor curta de animação. Já começamos a perceber a grandeza da experiência quando vemos uma criança de origem italiana ajudar o seu pai e o seu avô no trabalho da família. Com a trilha sonora inspiradíssima de Michael Giacchino, o curta inicia de forma brilhante.

Brave Indomável narra a história de Merida, uma princesa escocesa que aprendeu a defender-se com o seu pai, mas que é repreendida pela sua mãe, que a encara como uma dama e a prepara para o dia do seu casamento. Muito habilidosa com seu arco e flecha, Merida decide virar-se contra a obrigação de se casar com um dos três representantes de clãs do seu reino, porém, algo dá para o torto, e uma tragédia acontece.

Com os cabelos ao vento, Merida é uma personagem muito interessante. É com bravura e coragem que dizemos que é um dos melhores filmes da Pixar, já que os memoráveis Woody, Buzz, Remí, e Wall-e fazem parte dessa lista. Mas podemos, por exemplo, definir a personalidade da personagem no instante em que ela é colocada em cena. Seus rebeldes cabelos ruivos mostram seu desejo de se libertar das antigas tradições, e com isso, respeitam a regra máxima do cinema, onde cada elemento da cena deve ser aproveitado para construir uma personagem ou dar continuidade a história.

A Maneira da Pixar.

A Ideia do filme é sensacional. Florestas escocesas carregadas de histórias e mitologias ricas em conteúdo são o cenário perfeito para uma história de valentia e bravura. A trilha sonora, quando não cantada, também é impecável, e ajudam a compor a atmosfera perfeita.

O guião, apoiado no clichê, consegue contar a história de uma forma leve. O filme redondinho que a Pixar sempre soube fazer está lá, com seus momentos de ternura, comédia e terror.  Por vezes rimos dos velhos escoceses brigões, ou nos assustamos com as garras dos ursos em pé, e também nos emocionamos com pedido de perdão da filha para a mãe.

Um filme há medida, sem exageros ou simplicidade. Sabemos o que vai acontecer no final da projeção, mas o método usado para chegar lá é o melhor possível.

A Pixar é assim, desde 1995.